Mariana Pineda – A Barraca, 17/11/2017

Faltou Mariana Pineda. Faltou-lhe coragem, amor, entrega e liberdade. Mariana ficou enclausurada em Granada ou nos textos de Llorca. Ainda assim, “A Barraca” merece sempre a visita, e Lorca ser revisitado.
Faltou Mariana Pineda. Faltou-lhe coragem, amor, entrega e liberdade. Mariana ficou enclausurada em Granada ou nos textos de Llorca. Ainda assim, “A Barraca” merece sempre a visita, e Lorca ser revisitado.
Já tiveram essa coragem neste frenesim de cidade, que parece desencorajar-nos de sermos quem somos, ao mesmo tempo que nos atira para a essência do que somos?
Se Garbarek era, provavelmente, o nome mais sonante, foi o percussionista indiano Trilok Gurtu que mais brilhou. Demonstrando toda a sua técnica, Gurtu foi capaz de dialogar na perfeição com cada elemento e foi, também por isso, o destaque da noite.
“Uma das funções da arte é, sem dúvida, substituir a fé religiosa pela eficácia da beleza. Esta beleza deve ter, pelo menos, a força de um poema, quer dizer, de um crime.” (pg. 42)
Os poemas de Celan são testemunhas de pessoas que foram brutalmente eliminadas, de lugares que já mais ninguém conhece, de tradições que já nada significam. As suas palavras moram na fronteira do indizível, no limite extremo da linguagem: uma tentativa de criação após a destruição.
Destacar momentos entre os 13 temas é tarefa difícil, mas fica no ouvido “Renewal”, pelo sua altamente viciante melodia principal, em volta da qual se desenrola o tema com o apoio do contrabaixo e da bateria.
A encenação de Kuniaki Ida deste clássico da modernidade segue os ditames disseminados pela obra dramática e teórica de Bertolt Brecht. Em vez de projectar uma ideia de verosimilhança «naturalista», que criasse aquilo que a tradição poderia chamar «ilusão cómica», as opções do encenador vão no sentido de um certo esquematismo. Deliberadamente, este posicionamento deixa …
O disco é bom, mas nada substitui ouvir este colectivo ao vivo, para confirmar que, ainda hoje, o Jazz é o único estilo musical onde nada é interdito.
Numa altura em que qualquer parvoíce se torna “viral” e os idiotas viram ídolos, os solos virulentos e insanos destes senhores justificam um hype planetário.
A perspetiva de narração heterodiegética e a ausência de floreados literários torna a obra acessível (e dirigida) ao grande público. Mais para o final do livro, e com o autor perto da morte, surge a intertextualidade autorreferencial como que a fechar a Obra de uma vida. Será sobretudo este aspeto que explicará o sucesso deste seu último livro nos Estados Unidos.
Numa perspectiva cronológica, The Declaration of Musical Independence é um álbum tardio na carreira de A. Cyrille, mas o vanguardismo que pauta um percurso com mais de 50 anos coloca-o sempre a par – e porventura adiante – do seu tempo. Por isso, seria prematuro considerar este statement musical unicamente pelo primado melancólico.