LULU – FITEI (TeCA, 15/6/2018)

Em Lulu, Wedekind coloca em cena as tensões e contradições provocadas pelo choque entre a pulsão libidinal do desejo e a falsa moralidade burguesa.
Em Lulu, Wedekind coloca em cena as tensões e contradições provocadas pelo choque entre a pulsão libidinal do desejo e a falsa moralidade burguesa.
Os Dead Combo estão cada vez menos sozinhos e este Odeon Hotel, produzido por Alain Johannes (que já gravou com PJ Harvey e Queens of the Stone Age), apresenta-se mesmo como um trabalho de banda, que vagueia entre diferentes estilos e latitudes, do blues ao fado, passando pelas mornas de Cabo Verde ou pelo flamenco.
Tudo aconteceu quando um cientista japonês inventou um gás que deveria destruir apenas os inimigos do seu país. Contudo, toda a humanidade, com a exceção de Gérard e um pequeno grupo de crianças, acabou por ser dissolvida
Mensagem subliminar, mas que percorre toda a narrativa, é a da literacia como arma poderosa na luta, na fuga e na conquista, como janela para o Mundo e para a emancipação, como estrada ainda mais subterrânea, porque pertença inexpugnável de cada um e da sua identidade.
A nós, que tentamos recriar ambientes e momentos, resta-nos esta (tentativa de) evocar um concerto especial pelo todo público/banda que urdiu, em que noções como fã ou conhecedor foram irrelevantes, perante a ubiquidade dos sentimentos e do respeito mútuo, da gigantesca corrente eléctrica que atravessou os presentes, que espantou, para depois apaziguar e gerar o prazer que fabrica memórias.
Quando nada o faria esperar, num dos dias de programação mais bipolar dos sete anos do NOS Primavera Sound, o divertimento chegou de braço dado com a boa música.
Chuva num festival ao ar livre, como o NOS Primavera Sound, condena as actividades à partida. As selfies ficam desfocadas por falta de luz, os vídeos fraquinhos pelo mesmo motivo, as movimentações no recinto são mais pensadas, para poupar a farpela comprada de propósito para o novo look festivaleiro, e a coroa de flores na cabeça perde …