Em Dia Mundial da Dança e integrado no Festival Dias da Dança, o Teatro Nacional São João volta, depois de Antes que matem os elefantes, a dar palco à actualíssima e carregada de dramatismo temática das deslocações e migrações forçadas, em Muros, de Né Barros. A coreógrafa, em cujo trabalho esta temática também não é …
Produção do Teatro Experimental do Porto (TEP), de que António Pedro foi um dos fundadores, O Grande Tratado da Encenação é a primeira peça de uma trilogia sobre a juventude e a História recente de Portugal. Depois de se focar nos anos fundadores do TEP (década de 50), passará em seguida pelos anos 70 e pela década de 90.
Significados são sobrevalorizados, uma forma de catalogar a torrente de realidade que invade o nosso quotidiano, mas aqui a explicação é irrelevante, incapaz de substituir a vivência e a presença por inteiro no momento. Tania Bruguera captou a essência destas “presenças” ficcionais e acompanhou-a da sua marca, sem se impor ou perturbar a experiência única de assistir a uma peça de Beckett por um elenco à altura do acontecimento.
Al mada nada é tudo o que promete e ainda mais.
Ricardo Pais criou um espectáculo envolvente e imersivo, com todos os ingredientes para ser uma experiência inesquecível.
Romeo Castellucci trouxe o seu Júlio César a Portugal pela primeira vez em 1997, integrado no PoNTI. Desta obra inicial, retirou fragmentos do Acto I para reformular o espectáculo que apresentou no Mosteiro de S. Bento da Vitória, desta feita no âmbito da BoCA – Bienal of Contemporary Art. O italiano recupera a figura mítica …
Ao contrário do romantismo, onde a forma era raínha, Como Ela Morre despe-se de todos os artifícios, concentrando a atenção do espectador no texto e nas actuações do elenco.
Com base na obra literária “As Aventuras de Pinóquio” de Carlo Collodi, o encenador Bruno Bravo serve-se do texto original para o subverter das mais diversas formas.
Gorki, um dos mais eminentes escritores da sua geração, é um produto da sua época. No entanto, mais de um século depois da sua génese, o texto de “Veraneantes”, como tantas obras dos seus contemporâneos, surpreende pela sua intemporalidade e alcance assombroso do largo espectro da psique e das relações humanas.
A aventura da palavra, sempre inóspita, por mais que a julguemos domada. Fugindo à celebração reverente do poeta ungido, Dinarte Branco ousa criar visões, ampliando sentidos e alcances iniciais, aparentemente definitivos. Um espectáculo memorável.
A personagem central é o reverendo T. Lawrence Shannon (Nuno Lopes, que sozinho faz valer cada cêntimo do bilhete), “padre-despadrado-feito-guia-turístico” de senhoras evangélicas, caído em desgraça pela sua irreprimivel tendência para o sexo oposto, de preferência na adolescência e incapaz de se libertar do fardo da culpa e frustração por destruir uma carreira para que sempre achara ter vocação.