PJ Harvey em versão fantasma: é desta forma que a cantora de Dorset surge em palco, com um longo vestido branco, para cantar o mais recente álbum, I Inside the Old Year Dying na íntegra, também ele cheio de fantasmas. O álbum é uma espécie de adaptação de Orlam, um poema épico publicado por Harvey …
Virar Travesti é um pertinente estudo sobre a complexidade destas pessoas, aqui trazidas pelas palavras das próprias, assim como um olhar para a necessidade de conferir segurança, dignidade, reconhecimento e igualdade a sujeitos cujas identidades não correspondem a sistemas binários de configuração sexual e de género, combatendo assim o estigma e a violência a que muitas são sujeitas quando lhes são proporcionadas formas de apoio e resistência.
Tal como as casas, é também quando se renova o corpo que se ganha espaço para o habitar. E por vezes, depois de despir paredes e pele, encontramos um lar.
Ao olhar a enguia, podemos entender como destruímos em nome da descoberta, como comemos animais em nome da tradição, como dependemos vastamente de animais que, tal como a enguia, continuariam a nascer e a morrer no Mar dos Sargaços sem que perturbássemos irreversivelmente o seu curso.
“talvez seja esse mesmo trauma transgeracional que habita n’Essa Gente, gente que escreve e sobre quem se escreve, que coabita na mesma cidade marcada por festas e atos de violência sem nunca verdadeiramente se cruzarem”
Da obra de Sarah Kane ainda brotam girassóis.
Deixa-te de Mentiras é uma poética elegia aos amores vividos em segredo, a um homem vencido pela auto-repressão e à memória dos que desapareceram, mas também uma lembrança dos obstáculos à felicidade e à liberdade sexual…
Olga é um olhar sobre a experiência universal da guerra, de quem espera e de quem morre, assim como o retrato de uma mulher como espelho da condição feminina, das expectativas com que a sociedade a sobrecarrega, assim como as suas pequenas transgressões e atos de resistência.
Cai a Noite em Caracas é um romance sobre árvores: a genealógica, que nos prende, em vida e na morte à nossa família, a de sangue ou a escolhida; a árvore cujas raízes nos prendem ao país onde nascemos e que por vezes exigem ser cortadas; a ameixeira de carocinho que cresce no quinta da …
MDLSX não é um funeral mas antes um adeus ao género, às categorias e aos binarismos, em forma de hino elegíaco mas também de celebração de uma forma de fazer género(s), ao mesmo tempo que convoca para o palco outros textos para além da escrita do corpo.