Niketche – Paulina Chiziane (Caminho, 2002)
Rami, a anti-heroína, afinal vence porque aprendeu a aceitar-se como rainha das derrotas, mulher africana.
Rami, a anti-heroína, afinal vence porque aprendeu a aceitar-se como rainha das derrotas, mulher africana.
A actriz-mulher comanda. Não há tempo para ficções imaginadas, isto são histórias de gente com rosto.
Já sabemos como tudo isto acaba, tal como no livro, não é? É a vida?
“…oiço a mulher da minha vida sussurrar-me ao ouvido, Este foi o concerto mais bonito da minha vida. Da nossa vida.”
O sorriso dela é impossível de embrulhar, o teu abraço não cabe num saco e a única caixa onde pode caber o som daquele violino da Alexanderplatz é na nossa memória.
A diversão transforma-se em ordem e serve para demonstrar como o realizador tem prazer em virar o tabuleiro dos jogos sociais e misturar tudo o que tomamos como imutável, desde os papéis de género, às relações de poder, de trabalho aos desejos.