Naquela noite fria de Primavera, o CAE da Figueira da Foz foi pequeno para receber aquele alien de 1,93m (mas que em palco parece ter muito mais) – de passaporte britânico mas avesso a fronteiras – um “alien of extraordinary ability”, de acordo com o visto aposto no dito passaporte à entrada dos EUA. Nunca tal expressão terá sido mais bem empregue em alguém, com toda a certeza, quanto em Benjamim Clementine.
Deixámos de ver a Sofia, menina e bem-disposta, para termos em pleno no jardim do CAE, Lince, mulher sedutora, envolvida e perdida na sua música, no seu mundo.
A última música é o exemplo maior do concerto: um som enorme, abrilhantado pelos falsetes de Catarina Miranda, que, unindo tradição e modernidade num equilíbrio muito interessante, expande a nossa noção de espaço.
Excelente concerto a coroar uma louvável iniciativa do CAE da Figueira da Foz.
As canções de Drifter conseguem ser verdadeiras epopeias sonoras, facto evidenciado quando a banda nos presenteou com as “Tierra Del Fuego: La Mar” e “Tierra Del Fuego: Nisshin Maru”.
…todos dançam, em franca e divertida comunhão. Diverte-se e diverte-nos e damos por bem passada aquela hora e meia da nossa vida.