Destaque para o belíssimo cenário e ambiência da sala estúdio, recriação do jardim, elementos naturais, bem como os figurinos, o texto na sua excelente tradução, os efeitos sonoros e a encenação de Bruno Bravo, que une todos estes factores…
Romeu e Julieta pertencem a um imaginário demasiado romantizado, aqui hábil e inteligentemente desmantelado. Sobram espaços vazios para o espectador preencher.
A moral desta história, se é que é válido extraí-la, é a queda paradoxal da ideia separatista, e a necessidade de cooperação e do amor (de qualquer tipo), irmandade e/ou humanismo para potenciar evolução, sem fronteiras ou nacionalidades…
No espaço Maus Hábitos, em noite de aura romântica, definitivamente fomos brindados com as “piores” companhias: um ambiente tranquilo, muito pacífico e agradável recebeu Sambado e a banda. Se a Maternidade deste homem a sério já vai longa, que se prolongue por tempo indeterminado.
Um “estorvo” altamente bem conseguido que nos perturba, mas que nos deixa com vontade de iniciar ou simplesmente não cessar a viagem.
Talvez ser-se único seja isso mesmo: ser apenas um número.
“…este Alma retrata o direito a ser diferente, ser aceite e sobretudo a ser amado. Incondicionalmente. A ver o abismo e ser salvo, já no fio da navalha, no limite, bem como a verdade do teatro.”
Luís Moreira identificou-se, de forma complementar, com a ideia de que o excesso de intelectualidade poderá constituir entrave no veicular de palavras e sentimentos…
Com uma carreira de cerca de dez anos, deram um concerto de inspiração soberba.
Ao longo de quase três horas de concerto que vi uma Madonna imperfeita, mas por isso mesmo, humana, genial, uma autêntica curadora ferida.