A propósito do livro “Viagem ao Sonho Americano – A América pelos livros”, aproveitamos a vinda da autora e jornalista Isabel Lucas à Feira do Livro do Porto para uma conversa sobre o significado do Sonho Americano, a viagem em que percorreu os EUA, os livros que levou na bagagem e as imagens que trouxe consigo.
Revista Intro: De onde surgiu esta ideia da “viagem ao sonho americano”?
Isabel Lucas: Eu estou a trabalhar entre Lisboa e Nova Iorque há aproximadamente 5 anos, desde que comecei como freelancer. Passei lá [em Nova Iorque] uma temporada e comecei a interessar-me muito pela literatura americana, quase de maneira natural. Lia muito, escrevia sobre livros e em Nova Iorque está tudo ali. Comecei a ler de uma forma que para mim faz muito sentido: ao ler os livros, comecei a reconhecer os sítios. Era como se fizesse sempre uma espécie de ponte entre a ficção e a realidade. Esta associação entre a literatura e o real sempre me interessou bastante. Com as mais recentes eleições no horizonte, ganhasse quem ganhasse, a mudança seria sempre radical. Eu quis de alguma maneira usar essa minha experiência mas ainda não sabia bem como. A ideia surgiu numa conversa com a então directora do Público [Barbara Reis] sobre como poderíamos fazer uma série de reportagens acerca do ano de eleições. Depois, perante a evidente falta de meios nas redacções, decidi ir falar com a instituição mais indicada para financiar esse projecto: a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, que faz o intercâmbio entre Portugal e os EUA e vice-versa. Expus uma ideia (que não era bem esta) ao presidente da Fundação, que rapidamente evoluiu para este formato, que consistia em não repetir as reportagens do costume, de política pura e dura, para as quais já estavam destinados jornalistas com meios que eu não tinha. A minha ideia não era essa. Era mais andar pelo País e tentar percebê-lo e como guia natural surgiu a literatura. Elegi romances americanos, que teria de ter lido (para perceber do que é que falavam) e que correspondiam a estilos, épocas, geografias, temáticas completamente diferentes, ou seja, que a partir de cada um deles pudesse entender algo da América. Não delineei mais nada. Era simplesmente um ponto de partida. Andava com um mínimo de objectos possível. Tinha uma espécie de base em Nova Iorque, porque a partir de lá ficava mais barato para chegar a vários sítios. Voltava lá para trocar de roupa e de livros. Para além disso, tinha todo o meu trabalho jornalístico para gerir. Estava constantemente em trabalho. O que ia planeando era para conjugar a minha agenda com a dos escritores que entrevistei, a única coisa não casual em tudo isto. Fui-me deixando levar, com todos os riscos que isso implicava.
R.I:Uma característica transversal a todos os textos, foi o equilíbrio que encontrou entre a perspectiva macro (o País no seu todo, a democracia americana, cada Estado pelos dados oficiais) e a perspectiva micro (o cidadão anónimo, o eleitor sem voz, o rosto marcante na rua), a América por quem realmente a faz longe dos circuitos do poder. Quais as diferenças mais substanciais que encontrou entre estas duas Américas?
I.L.: Há uma alienação muito grande pela maioria das pessoas relativamente à política, excepto quando interfere com o dinheiro, com os interesses de cada um. Politicamente, é uma sociedade alienada, provavelmente mais do que qualquer país europeu. Muitos chegaram há pouco tempo (são emigrantes de 1ª ou 2ª geração) a tentar a sorte. Há um lado de distanciamento. As eleições americanas não têm em conta os dados da abstenção, mas mais de 40% não vota. Quem está no Alasca, por exemplo, se pensarmos na distância a que estão, o desfasamento de tudo…e imaginarmos “Em Washington, o que é que se sabe disto aqui?”. Para lá (Alasca) vão pessoas com as expectativas e interesses mais diferentes e dispersos e pensamos: o que é que une esta gente (os norte-americanos) para além de um território que lhes promete uma vida melhor? É o tal sonho. E sempre que essa vida melhor, o objectivo principal, é ameaçada, há uma reacção. E há quem tenha uma noção de cidadania mais próxima da europeia e outros que simplesmente pensam em si próprios. O emigrante que chegou há dez anos e teve sucesso não gosta que venha alguém em seguida tirar-lhe aquilo. Se és emigrante, compreendes o que levou outro emigrante à América, mas por outro lado tens a reacção mais primária de pensar que ele te vem tirar aquilo que conquistaste. Entender tudo isto e como é que o poder é entendido por gente tão diferente (como se chega ao poder ou como é que votando se pode mudar alguma coisa), tem muitas nuances. É um país-continente povoado por pessoas que vieram de todo o Mundo. Prometeram a todas essas pessoas que foram criadas iguais e que têm direitos iguais, o que depois, na prática, é muito complicado de gerir, porque o índio não se sente igual ao branco, o preto não se sente igual ao branco, o branco do interior não se sente igual ao branco da costa… Ouvi um argumento frequente que dizia que a palavra “preto” não significa só a cor, significa ser excluído.
R.I.: Os “hifenizados” que refere a certa altura
I.L.: Exactamente.
R.I.: A parte que mais gostei no livro, e que li de seguida na totalidade, foram os “travel logs”, o que não coube nos textos “oficiais”. Pareceu-me que tinha ali material precioso para um outro livro, talvez de ficção . Porque manteve esses apontamentos mais pessoais e diaristicos no livro? Tem algum projecto para lhes dar o devido uso?
I.L.: Tinha sempre comigo um telemóvel e um tablet. Não tomo notas porque tenho uma péssima letra. Estava sozinha a maior parte do tempo e usei o Facebook como reacção imediata ao que estava a ver e uma maneira de chegar a algumas pessoas que sabia que me estavam a ler. Em vez de enviar cartas, escrevia posts no Facebook. No fim, fui buscar tudo aquilo e foi curioso voltar a ler depois de ter escrito os textos todos, porque encontrei memórias engraçadas, personagens inacreditáveis que tinha encontrado na rua, e foi só nessa altura que pensei que poderia funcionar bem para colmatar a ausência de notas pessoais.
R.I.: Então o projecto do livro no seu todo só surgiu depois de começar a viagem?
I.L.: Havia eventualmente a ideia de que poderia dar um livro. A partir do momento em que publiquei a primeira reportagem, começaram a surgir convites das editoras para fazer um livro, para juntar tudo isto. Tudo era escrito a um ritmo alucinante, de enfiada, fechada num sítio com comida e sem pensar em mais nada. Foi uma espécie de vertigem.
R.I.: O meu trecho preferido do livro, que resume tanto do que ele contém, está num dos “travel logs”, que depois percebemos ser o retrato da estação da Penn Station de Newark pela madrugada :” Talvez o mais terrível não possa nunca estar no que se fotografa. (Nem no que se escreve, acrescentamos nós) Por não se saber, não se poder, não querer. Como passar a imagem de centenas de pessoas a dormir nas escadas, vãos, cantos do átrio ou no meio do átrio porque o corpo não conseguiu ir mais longe? Podem estar vivos ou mortos. O cheiro é uma mistura de suor,mijo, roupa suja, vomito. É azedo, ácido. Preciso de passar, subir os degraus e, para não tropeçar, tenho que fazer uma espécie de gincana, suster a respiração, achar que ninguém me vai roubar ou fazer mal. Ninguém fez. Talvez nem me vissem mas um ou dois desviaram os olhos. Eu também. E quem, como eu, passou. Escrever isto parece ultraje, terrível intrusão. Não escrever ia parecer o quê?” (pg 174) E continua… Como se separa a repórter/jornalista/escritora do ser humano nestas ocasiões? É sequer possível? Consegue empatizar com o trabalho de um fotógrafo de guerra, que se concentra em capturar a imagem sem interferir com o que a gerou?
I.L.: Eu não consigo “desligar-me”. Isso foi escrito algum tempo depois de eu ter assistido a essa cena. Foi uma imagem que nunca me abandonou e que não esperava encontrar. Vinha de outro sítio e estava simplesmente a passar, como quem muda de trajecto e ver aquilo foi muito… Lembro-me de pensar “Estão temperaturas negativas lá fora e o único sítio que as pessoas têm para se abrigar é aquele.” Esse parágrafo levou-me muito tempo a escrever, porque eu achava sempre que estava a pôr uma palavra a mais, que estava a descambar para uma coisa que podia ser voyeurista, sentimental. Eu queria simplesmente algo que fosse o mais cru possível e fiel ao que ali se passou, naquelas circunstâncias, porque aquilo repugnou-me como pessoa. Senti que aquelas pessoas não estavam a ser tratadas como tal. Todos já assistimos a situações extremas e aquilo para mim foi absolutamente chocante. Aquele conjunto todo e eu a passar por ali…senti-me uma intrusa, que não devia estar ali. Senti que eles não me queriam ver nem eu os queria ver a eles. Haviam ali duas realidades que não se queriam cruzar mas cruzam-se e agora o que fazia com aquilo? Como é que vou gerir isto? Podia não ter contado nada disto, porque podia escorregar para algo de mau gosto, e era esse o meu receio. Hesitei muito sobre como formular este trecho. Comecei a escrever, a ensaiar um parágrafo, até me parecer que ele estava o mais limpo possível e vi-me na obrigação de escrever sobre isto, porque é algo que a maior parte das pessoas não vê, porque ninguém vai à estação àquela hora. Se calhar passa um americano, que já viu aquilo algumas vezes, e passa sem ver. Incomoda demasiado. Eu não consegui fazê-lo. Por um lado, o lado jornalístico de “tenho mesmo que dizer isto, não posso deixar de o dizer” e por outro lado, não posso dizer mais do que isto.
R.I.: E depois o contraste brutal com o aviso no altifalante “Se vir alguma actividade suspeita, avise de imediato”…
I.L.: É tudo demasiado absurdo.
R.I.: À minha citação favorita do livro é de Toni Morrison “we die. That may be the meaning of life. But we do language. That may be the measure of our lives”. Revê-se nesta afirmação? Nesta época em que se banaliza e até premeia a manipulação (a campanha de Trump é fértil em exemplos flagrantes), a linguagem ainda é relevante? Que lugar para o jornalista nesta encruzilhada?
I.L.: Uma das coisas em que este livro mais me fez pensar foi na questão da linguagem. Ao longo da viagem ia-me deparando com (o que falo na introdução) a necessidade de me estar constantemente a traduzir. Sentir que estou a entender o outro e consigo passar o que estou a apreender para quem me lê. Há aqui uma dupla tradução. Quando falo em tradução não falo só da questão da língua, mas em todas as nuances que a palavra pode ter, uma entoação, ou o facto de uma palavra dita em Nova Iorque não ser a mesma coisa que dita noutro contexto qualquer. A linguagem é muito facilmente manipulada mas, como disse na resposta anterior, estava sempre a procurar a linguagem que me permitisse escrever sobre determinado assunto. É um atrevimento escrever sobre um país que não é o meu e que eu conheço superficialmente. E [o inglês] é uma língua que não é a minha. Por melhor que eu fale ou entenda, trata-se também de traduzir hábitos. Como vou explicar, numa linguagem que se entenda, o que pode significar aquela mulher que está ali a beber um garrafão de 5 litros de sumo de laranja? De onde é que ela vem? Porquê aquele tamanho? A quantidade de açúcar naquele sumo de laranja. Porque só um pobre é que bebe aquele sumo de laranja. Todas estas traduções envolvem construir uma linguagem. Não no sentido de inventar palavras mas, usando as ferramentas da linguagem, tentar retratar o mais fielmente possível, sabendo que se está sempre a falhar. Vou tentando.
R.I.: “descontracção, e um ou outro anjo da guarda têm feito muito por mim em sítios onde me disseram que nunca entrasse sozinha” Teve medo em alguma circunstância? Como encarou as situações limite (se é que chegou a tê-las)?
I.L.: Houve alturas em que percebi que estava em sítios onde não devia ter ido. Viajava o mais simples possível, tentando passar despercebida, ser transparente. Isso não é possível em certos locais. Num bairro completamente negro vão olhar para nós, num bairro completamente branco também. Em algumas pequenas cidades do interior, toda a gente se conhece e o estranho é detectado. No Dakota do Norte, em Fargo, perdi a carteira. Depois vim a perceber que tinha sido roubada, mas na altura achava que a tinha perdido, quando fui pagar o almoço e não a tinha. Fiquei um pouco aflita, porque foi dos sítios mais hostis que fui, e expliquei ao Sr. que tinha que ir ao hotel buscar a carteira. Ele respondeu: “Ah não tem problema. Está naquele hotel ali não é? [era o hotel onde estava hospedada] (havia mais hotéis, e eu pensei estou?!) Então vá lá que está um dia bom.” No hotel, depois de constatar que não tinha a carteira, ligo para o restaurante e o rapaz que atende o telefone diz “Ah, foi a pessoa que esteve na mesa x a tomar o pequeno almoço…”. Ou seja, toda a gente sabia que eu era uma estranha naquela cidade e onde tinha estado. Um bocadinho “creepy”. Depois fui à polícia e mais tarde a carteira apareceu, sem dinheiro mas com todos os cartões. Algumas situações podiam ter corrido muito mal. Perdi o passaporte no aeroporto de Chicago, no dia seguinte à ordem de Trump para barrar a entrada de cidadãos de determinadas nacionalidades no país. Foi um muçulmano que o encontrou e entregou às autoridades, completamente trajado como muçulmano, uma lição para toda aquela gente que os olhava de lado. Estive em sítios muito violentos e havia sempre alguém que me ia ajudando. Tentava não me pôr em situações perigosas, mas às vezes ficava um pouco exposta. Correu bem. Também havia uma certa disponibilidade minha para não entrar em pânico. Tentava não pensar no pior e continuar.
R.I.: Entrevistou escritores, políticos, anónimos…qual foi a sua entrevista favorita e porquê?
I.L.: Não sei se é a favorita, mas a generosidade do Donald Ray Pollock no Ohio é especial, porque ele é uma pessoa especial, que não tem noção das qualidades todas que tem, nem do que é e pode ser. Foi de uma generosidade tremenda. Fez-me mais perguntas do que eu a ele, tinha uma curiosidade muito grande. Houve muitas pessoas generosas, que me ensinaram muito em conversas óptimas. Esta pessoa foi uma surpresa. Já o tinha entrevistado, mas não no seu sítio. E no seu sítio, os americanos abrem-nos muito os braços, celebram-nos muito quando chegamos e pouco depois já não se lembram de nós. Ele [Donald Ray Pollock] não. Foi ultra generoso em tudo. Foi buscar-me ao aeroporto, levar-me ao aeroporto, andou comigo de um lado para outro, levou-me a almoçar e a jantar, deu-me a conhecer a casa, a família, contou-me as histórias mais miseráveis da família dele sem me conhecer de lado nenhum. É essa pessoa que destaco.
R.I.: O Alasca é o retrato mais memorável do livro, a brancura infinita, a paisagem total, tão bela quanto desoladora, o fantástico David Vann…qual o sítio que guarda na memória ao recordar esta aventura?
I.L.: Há sítios, situações que vêm com flashes. Lembro-me de quando saía de Anchorage, no Alasca, começo o texto a descrever a curva à saída da cidade e dar com a paisagem em frente… Não havia horizonte. Era como se estivesse diante de uma tela gigantesca e esmagadora e lembro-me de ficar absolutamente extasiada com aquilo. Outro momento é daqueles que achamos que nunca faremos e eu fiz. O maior grito que alguma vez dei, no meio de um glaciar no Alasca. Pensei “Se não for aqui não é em lado nenhum. Ninguém me vai ouvir”. Foi uma espécie de libertação. Os italianos que me acompanhavam assustaram-se e gritaram “cuidado com os ursos”. Outro momento foi no Big Sur na Califórnia. Lembro-me de estar muito tempo parada a olhar uma paisagem feita de neve até certo ponto, e depois de sol. Depois, para além da imagem da estação, em Washington, cidade cheia de mendigos, há um deles que está a dormir ao sol. Um frio terrível, mas o sítio onde ele estava era abrigado do vento. Ele despe-se todo, toma um banho com um garrafão e estende a roupa. Eu fiquei a olhar para ele, consciente de que não devia estar a olhar, e saudamo-nos. É outra imagem que fica.
R.I.: A gigantesca bibliografia que cita…Algum dos colossos que leu a deixou frustrada no final?
I.L.: Os livros que escolhi, gostei de ler, mais de uns do que outros. O livro que mais me custou a entrar… O “Infinite Jest” é um livro difícil, um livro sofrido. É a história de uma depressão tremenda e tem tudo. Tinha lido trechos em inglês e depois saiu a tradução portuguesa e tive que escrever sobre ela para o Público e aí acabei de o ler. Há partes do “Moby Dick” que, ao ler a primeira vez, achei aborrecidas. E agora, ao relê-lo, talvez por saber contextualizá-lo, concluí que é um dos grandes livros do Mundo, é maravilhoso. O livro que escolhi como base para o texto sobre Nova Iorque – “The house of mirth” de Edith Wharton – apesar de ser muito bom, não o incluiria nos 16 melhores livros. Escolhi-o como ponto de partida, pela maneira como retrata uma época que eu queria começar por falar, em que a distinção de classes já estava presente. De todos estes livros, talvez seja aquele que me diz menos como leitora. Serve-me de ligação a outros livros com que tenho uma relação muito próxima. O Whitman por exemplo, esteve sempre comigo, acompanhou-me.
R.I.: Na página 263, revela o confronto entre as expectativas que levava na bagagem e a realidade que encontrou: “Regresso com um cenário oficialmente diferente daquele em que saí. (…) e chego a saber pouco. A precisar de tempo.” Passado este tempo depois do regresso, com o livro publicado, qual o balanço final entre o que levou consigo e o que lá deixou?
I.L.: A vontade de voltar. Senti que a literatura é um grande auxiliar para nos fazer entender o real e percebi (não sei se percebo mais hoje do que antes) que me enriqueci com esta viagem e com estes livros. Isto pode parecer egoísta. Se ajudei alguém, com estes livros, a entender melhor [a América] é uma vitória. Algo que as pessoas mais interessantes vão sempre dizendo é que, quanto mais se conhece, mais se quer conhecer. Neste momento, decidi descansar um bocadinho de escrever sobre a América, porque acho que se perde muito tempo em torno do que é o folclore Trump, e não se analisa o que está na sua origem e porque perdemos tanto tempo com esse folclore. Ou seja, o folclore alimenta o folclore que alimenta o folclore e não saímos disto. O essencial é outra coisa. Fiquei sem paciência para isso. Talvez seja o luto que preciso de fazer. Quanto mais escritores vou conhecendo mais quero conhecer, mais vontade tenho de ir atrás de outras coisas, conhecer outras realidades para além da América.
Foto © Paulo Alexandrino
A crítica do livro de Isabel Lucas pode ser lida AQUI.
O nosso obrigado à Isabel Lucas, pela disponibilidade e simpatia, e à Helena, pela oportunidade e por ter tornado tudo mais fácil.