O Atrito da Memória – Miguel Cardina (Tinta-da-China, 2023)

“Meio século de democracia é mais do que suficiente para desenterrar estes esqueletos escondidos da nossa História, aspirando a uma identidade nacional mais limpa de mitos…”
“Meio século de democracia é mais do que suficiente para desenterrar estes esqueletos escondidos da nossa História, aspirando a uma identidade nacional mais limpa de mitos…”
Já sabemos como tudo isto acaba, tal como no livro, não é? É a vida?
Para nos ajudar e alargar perspectivas, convidamos mulheres que admiramos e cujo trabalho se destaca pela sua qualidade a mostrar-nos o que as surpreendeu no ano morto.
O sorriso dela é impossível de embrulhar, o teu abraço não cabe num saco e a única caixa onde pode caber o som daquele violino da Alexanderplatz é na nossa memória.
A diversão transforma-se em ordem e serve para demonstrar como o realizador tem prazer em virar o tabuleiro dos jogos sociais e misturar tudo o que tomamos como imutável, desde os papéis de género, às relações de poder, de trabalho aos desejos.
Como em qualquer livro de GMT, há um pouco de tudo para todos neste A Pedra e o Desenho, desde o leitor mais informado e intelectual ao completo leigo, desinteressado pela lides literárias.
Com uma prosa ritmada e mestria neste equilíbrio entre realidade e mitificação/negação em que a pediatra se enreda, Andréa del Fuego constrói uma narrativa credível e inteligente
Não é de informação que carecemos. O que nos falta é coragem para compreender o que sabemos e tirar conclusões.
O melhor que vimos, ouvimos e experienciamos em 2021, para que 2022 comece da melhor maneira. Só agora? Sim. Porque o ano analisa-se depois de terminar. E porque nós podemos. Somos cultores da Slow Culture #slowculture
Fernanda é uma despedida. Duas aliás. Mas também um hino inesquecível ao Amor incondicional e à Vida.