Meio Homem Metade Baleia, de José Gardeazabal, é um romance que incorpora uma narrativa alegórica, nutrida de uma linguagem múltipla que ultrapassa a consciencialização ou raciocínio lógico. Simbolicamente forte, a prosa é a única fonte capaz de romper barreiras, já que a missão de levar água aos menos desfavorecidos ou desprovidos de uma democrática organização …
“Tudo o que acontece está interligado por finos filamentos de causa e efeito, que normalmente não conseguimos ver” não é a primeira frase de Os Dez Espelhos de Benjamin Zarco, mas será porventura um bom resumo do que este representa e do seu esqueleto. Richard Zimler é aqui tecelão duma intrincada tapeçaria, onde se entrelaçam …
A autora parece brincar com o tempo, e também com o papel convencionado para um narrador: mais do que apresentar-nos a narrativa na 1ª pessoa, ela vai-se desvelando de dentro do próprio pensamento de um par de personagens fascinantes.
A Companhia das Letras traz-nos este livro em que Afonso Cruz nos obriga a mergulhar na nossa humanidade, nos mais elementares conceitos do Bem e do Mal, na reflexão sobre a felicidade e o amor.
A narrativa é construída no espaço liminar entre o silêncio que emudece e o momento em que as personagens parecem estar prestes a falar, a agir, ou até a morrer, o momento em que deixam de ser “uma ilha pequena, sem arquipélagos, e à volta o oceano desconhecido e um nevoeiro tão denso” (72).
Um romance indispensável para os leitores fiéis de Pedro Juan Gutiérrez, mas também para todos aqueles que sentem interesse pela leitura que aborda questões polémicas que, em pleno séc. XXI, deveriam ser obsoletas.
“Chamavam-lhe Grace é um ensaio sobre a condição feminina, os mundos solitários das prisões e hospícios e ainda da origem da ciência moderna, dos primórdios do estudo do comportamento humano, a necessidade de matar e a regeneração de quem aprende a mentir, dissimular e esconder para sobreviver. “
“As histórias de Maria Judite Carvalho oscilam entre uma melancolia esmagadora e a ironia de pequenos acidentes que afastam ou aproximam estas pessoas, que parecem suspensas no espaço e tempo, longe do mundo e dos outros, fechados em casas que tanto os protegem como os isolam…”
“O México continua a surgir com um deus adormecido pelos interesses da corrupção e do capitalismo. Talvez, um dia, Quetzalcoátl, a serpente emplumada, venha reclamar o que é seu.”
“Não é para os amantes de acção constante, mas mais para quem tem tempo para apreciar os ambientes políticos, as sensibilidades subtis que se vão desenhando, e a riqueza da personagem principal.”