Na Terra dos Outros – Manuel Abrantes (Cª das Letras, 2024)
Manuel Abrantes conta-nos a grande história das vidas pequenas.
Manuel Abrantes conta-nos a grande história das vidas pequenas.
Acredito que este tipo de escrita é de facto literária, e não é só para se saber mais sobre uma temática. Serve para nos entendermos, para nos comovermos, e envolve uma construção de linguagem que para mim é muito importante.
À boleia deste feliz inventário de esboços, talvez o leitor também, num bom dia, se entregue ao luxo de preencher a folha (ou ecrã) em branco.
Com uma prosa ritmada e mestria neste equilíbrio entre realidade e mitificação/negação em que a pediatra se enreda, Andréa del Fuego constrói uma narrativa credível e inteligente
Meio Homem Metade Baleia, de José Gardeazabal, é um romance que incorpora uma narrativa alegórica, nutrida de uma linguagem múltipla que ultrapassa a consciencialização ou raciocínio lógico. Simbolicamente forte, a prosa é a única fonte capaz de romper barreiras, já que a missão de levar água aos menos desfavorecidos ou desprovidos de uma democrática organização …
«um dos propósitos do escritor é criar essa provocação perante “a miséria moral e a imbecilidade quotidiana dos mandantes do dia”»
A história é forte e fatídica, de um sofrimento e desespero que lhe conferem uma beleza peculiar.
Sendo parte de uma obra dividida em três, já se antevia que parte da trama ficasse por contar, mas diríamos que quem não se identificar com este estilo de narrativa terá de dar luta às primeiras sensações, para poder, a final, tornar a leitura frutuosa.
Ainda bem que esta obra é coletiva, porque o mundo de personagens que dela resulta é um planeta inexplicavelmente interessante de liberdade.
Em Mães que Tudo encontramos a mãe real, que ama incondicionalmente e sofre na mesma medida. Mas também os filhos e as suas relações com a figura materna.