Felicidade – João Tordo (Companhia das Letras, 2020)
A história é forte e fatídica, de um sofrimento e desespero que lhe conferem uma beleza peculiar.
A história é forte e fatídica, de um sofrimento e desespero que lhe conferem uma beleza peculiar.
Ainda bem que esta obra é coletiva, porque o mundo de personagens que dela resulta é um planeta inexplicavelmente interessante de liberdade.
“A mulher que corre atrás do vento é uma ode ao feminino, um trilho sagaz sobre as diversidades da mulher, um relato sóbrio, sensível, perspicaz e revelador do que une os sexos e, inevitavelmente, do que os separa.”
“Percebeu que sempre lhe faltaria alguma coisa; que era incompleto, insuficiente para si mesmo, e que, na verdade, tinha pavor de procurar essa coisa, uma vez que a procura corresponderia ao pior de todos os horrores.” Não ser único, original, singular. Descobrir, afinal, que o que trazemos como garantia da capacidade de sermos humanos é …
“o autor não deixa de nos fazer voar sobre os telhados, um voar lúgubre, uma visitação à condição humana, aos desejos de um velho por uma rapariga jovem, à estupidez da morte, da incapacidade, da deficiência, do divórcio, do vício e da solidão, com meros vislumbres do riso e do amor que aqui, não aparece nunca como solução mas antes como aprendizagem.”