Canção Doce – Leïla Slimani (Alfaguara, 2017)

A marroquina Leïla Slimani criou uma obra ambiciosa e impactante, bem para além da derradeira página, não só pela crueza dos factos, mas pela ténue culpa que desperta em nós, testemunhas silenciosas e cúmplices de uma estrutura societária e familiar anquilosada em colapso iminente, que em Canção Doce, cede pelo lado mais fraco, com efeitos devastadores.

O Goncourt e o Renaudaut 2016 foram (bem) entregues

O prémio Goncourt 2016 foi atribuído à franco-marroquina Leïla Slimani, de 35 anos, por Chanson Douce (Gallimard, 2016), sucedendo assim a Mathias Énard no maior prémio literário francês da actualidade. O seu segundo romance foca-se num trágico infanticídio, que se baseia livremente num fait-divers que sucedeu há uns tempos nos EUA, em que uma baby-sitter matou …