Uma Paixão Simples é um relato desafectado, sereno e sóbrio que dá conta dos encontros sexuais entre uma mulher matura, de vida resolvida, e um homem cuja única identificação é feita por uma simples inicial.
Como lhe sucedia com frequência, é o próprio Jorge de Sena quem melhor explica o seu projecto de artista e pensador dos fenómenos literários – aspectos inseparáveis, neste autor. O Físico Prodigioso é, então, nas suas palavras, um «conto, ou, mais exactamente, novela», que consiste no «desenvolvimento muito ampliado e, se quiserem, muito deturpado de …
“sempre sem medo de remexer na podridão em busca do ouro no final da garimpa. E as pepitas abundam.”
O Crime do Padre Amaro e A Relíquia são dois retratos inclementes de uma realidade traçada com verosimilhança e verismo impecáveis.
A leitura e releitura desta novela revela até que ponto foi eloquente a carta que, em 1922, Kafka escreveu a Max Brod, em que afirmava com uma clareza fria como gelo, cortante como o fio de uma faca (Nabokov descreveu o tom da escrita de Kafka como «preciso e formal» [Aulas de Literatura]): «Toda esta escrita não é outra coisa senão a bandeira de Robinson no ponto mais alto da ilha.» (p.21) A Metamorfose ocupa um lugar só seu, um pódio indisputado. Porque a corrida foi solitária, e ninguém ganhou. Só a perda, a desolação e o desespero ficaram, ex aequo, em primeiro lugar.
Novela de Xadrez foi o derradeiro livro do austríaco Stefan Zweig, de onde Wes Anderson surripiou muitas das ideias que fazem a magia do argumento e realização de The Grand Budapest Hotel.
André Malraux penetra nas trevas da memória e da História, focando-se no que de transversal (e logo empático) se abriga na angústia dominadora da violência e da fé cega nos ideais, esmagados e submissos aos interesses de quem conhece a integralidade das regras da Arte da Guerra.