“Construir em cena um super-homem hediondo que ninguém consiga inteiramente detestar, que nenhum espectador consiga inteiramente compreender, mas que todos os presentes reconheçam ou revejam nele a sua história: foi esse o nosso desafio.”
Castro de António Ferreira é apontado como um dos textos seminais da cultura portuguesa. Não obstante a distância temporal que dele nos separa, a importância que o mito de Pedro e Inês ainda assume nas nossas vivências culturais (e porque não?, quando tantas são as obras que dele derivam) talvez esteja na origem da decisão …
Mas o verdadeiro protagonista, para o bem e para o mal, é a Palavra. A forma como o encadeamento de ideias iconoclastas, em conjunto com uma entrega apaixonada em circunstâncias limite podem, não só mudar o rumo da história de um homem e da sociedade, como o futuro de uma cultura e a força dos seus alicerces, é o verdadeiro tema desta encenação de A Morte de Danton.
Bella Figura parte de dois eventos que se cruzam: o jantar romântico de Boris e Andrea, e o de aniversário de Yvonne, acompanhada pelo filho, Eric, e a esposa, Françoise. A interseção das duas situações dá-se, já profetizando o que aí vem, através de um atropelamento.
Timão de Atenas mantém o interesse que Nuno Cardoso tem demonstrado na última década pelo tratamento das outras crises que aquela que é económica nos chama a pensar. Para isso, remete os clássicos para o mundo em que estamos imersos, com vários objetos que materializam essa imersão enquanto adereço cénico.