Netos de Gungunhana – Teatro Municipal São Luiz, 9/11/2018
Do São Luíz, para além de um bom espectáculo de teatro, trazemos a vontade de revisitar as palavras de mel de Mia Couto.
Do São Luíz, para além de um bom espectáculo de teatro, trazemos a vontade de revisitar as palavras de mel de Mia Couto.
Uma das mais basilares regras de todo o texto dramático, na sua aceção teórica, é a de que este propõe materializar-se numa lógica espetacular. O palco, a presença de um público, a cenografia, a luz, o som, são imanências do próprio texto escrito, adaptadas pelo encenador de forma mais ou menos conservadora, no sentido denotativo …
Por vezes, o texto parece desaparecer no embate duro com o fortíssimo conteúdo pictórico das cenas. Por vezes, os atores não nos impedem de fugir do inferno… Mas, repito, quem quer habitar a dor infinita? Quem nos pode raptar o pensamento e condená-lo eternamente? E esta também é a interpelação que o espetáculo nos deixa e fica guardada, nas entranhas, até reconquistarmos a liberdade depois do “inferno”, o inferno de Dante ou o nosso…