Ainda assim, vale a pena parar durante uma hora para assistir a este “Magma”, sobretudo porque, como Flávio Rodrigues nos demonstra, ninguém está disposto a pensar a sua condição de soldado na atualidade: a participação na guerra pela indiferença.
Não é uma dramatização do romance de Virgina Woolf, assume-se antes como uma transfiguração do romance numa outra coisa, que coloque em evidência as questões que dele emanam, trabalhadas pela investigação literária exaustivamente, e que aqui adquirem novos sentidos, ou, para sermos mais exatos, apelam à possibilidade de reconstrução constante de novos sentidos.
“Em cena, estão duas peças que fazem do universo familiar um campo de batalha.”
Uma das mais basilares regras de todo o texto dramático, na sua aceção teórica, é a de que este propõe materializar-se numa lógica espetacular. O palco, a presença de um público, a cenografia, a luz, o som, são imanências do próprio texto escrito, adaptadas pelo encenador de forma mais ou menos conservadora, no sentido denotativo …
O que Campo minado faz, porém, é algo maior que isto: mostrar o que resta de todos os soldados que combateram e que não se suicidaram.
Com base na obra literária “As Aventuras de Pinóquio” de Carlo Collodi, o encenador Bruno Bravo serve-se do texto original para o subverter das mais diversas formas.
A aventura da palavra, sempre inóspita, por mais que a julguemos domada. Fugindo à celebração reverente do poeta ungido, Dinarte Branco ousa criar visões, ampliando sentidos e alcances iniciais, aparentemente definitivos. Um espectáculo memorável.
No passado dia 22, encontramos um Teatro Carlos Alberto (TeCA) repleto de miúdos ansiosos por assistir a Fã, uma reinterpretação de “O Fantasma da Ópera” (sem todo o peso do formalismo dos musicais datados) e de outros espectros da literatura mundial, com um argumento simples e certeiro de Regina Guimarães e música original dos Clã, …