Acredito que este tipo de escrita é de facto literária, e não é só para se saber mais sobre uma temática. Serve para nos entendermos, para nos comovermos, e envolve uma construção de linguagem que para mim é muito importante.
“Meio século de democracia é mais do que suficiente para desenterrar estes esqueletos escondidos da nossa História, aspirando a uma identidade nacional mais limpa de mitos…”
O melhor que vimos, ouvimos e experienciamos em 2021, para que 2022 comece da melhor maneira. Só agora? Sim. Porque o ano analisa-se depois de terminar. E porque nós podemos. Somos cultores da Slow Culture #slowculture
Virar Travesti é um pertinente estudo sobre a complexidade destas pessoas, aqui trazidas pelas palavras das próprias, assim como um olhar para a necessidade de conferir segurança, dignidade, reconhecimento e igualdade a sujeitos cujas identidades não correspondem a sistemas binários de configuração sexual e de género, combatendo assim o estigma e a violência a que muitas são sujeitas quando lhes são proporcionadas formas de apoio e resistência.
Peça em três actos em cena no Teatro Nacional D. Maria II (reportagem aqui), esta oportuna edição de Última Hora pela Tinta-da-China complementa a satisfação de ver um elenco em palco a criar, noite após noite (até 15 de Novembro), um espectáculo renovado com o material que lhe serve de base: um texto carregado de …
Naquela noite no Paço partilhámos os mitos de que é feito Filipe Raposo. Guardamo-los connosco neste livro-disco, belíssima peça de arte.
“Os mistérios da mente e a sua capacidade de camuflagem das emoções são imensos, mas o que Emmanuel Carrère aqui escancara é o absurdo da nossa existência, através do retrato exímio do seu extremo mais negro e inexplicável.”
«Neste exercício de prosa delicada e detalhe minucioso sobre a natureza humana e os seus desvios – e tudo o que desconhecemos dos que nos são próximos – percebemos que apenas fica a descoberto “a verdade [que] se apresenta de várias formas (…) a verdade (…) que convém” (184).»
“uma porta de entrada no imenso universo pessoano que “espera inspirar inesperados e inúmeros leitores.” (11). Mais uma sugestão para o Natal aí a chegar.”
Tal como nos seus livros anteriores, Pizarro dá ao leitor os dados que tem e apresenta uma hipótese geral e temática para os interpretar, fazendo uso de um amplo leque de opções interpretativas, que passa tanto pelo trabalho dos seus contemporâneos, como pelo enquadramento cultural e político da época e pela interpretação dos textos, privilegiando a abrangência e abertura do seu raciocínio em deterimento de uma hermeneutica em vácuo e manipulada para um resultado, como vemos em tantos exemplos ligados ao estudo do poeta lisboeta.