E ali estão eles, com a sua linguagem vernacular e obscena, carregada de elegância na melhor tradição, como também lembra Waddington, de um João César Monteiro que conversa com Manuela de Freitas sobre sexo oral à porta do parlamento, mas sempre, sempre, acompanhado das mais requintadas bandas sonoras.
“Esta versão é altamente recomendável, uma peça para todas as idades, feitios e disposições, para ver sozinho, em família ou com amigos. Quem não viu, apresse-se.”
Se em dias de chuva, decidirem trocar o sofá por uma comédia fora, mas dentro de portas, espera-vos um humor inteligente que apostou na expressão corporal, em dinâmicas de improvisação que se traduziram, no palco, em ritmo, um ritmo feito, sobretudo, de boas interpretações, enérgicas, explorando a identidade e o potencial de cada um dos atores.
Henrik Ibsen (1828-1906) escreveu Um Inimigo do Povo em 1882 mas, para quem testemunhou a representação no Rivoli, a actualidade do texto do norueguês foi certamente bem mais evidente que muita da ficção dita pós ou pós-pós moderna que se lê e vê por aí. Incómodo na sociedade do seu tempo, pela capacidade natural de …