al mada nada – TNSJ, 7/4/2017

Al mada nada é tudo o que promete e ainda mais.
Ricardo Pais criou um espectáculo envolvente e imersivo, com todos os ingredientes para ser uma experiência inesquecível.
Al mada nada é tudo o que promete e ainda mais.
Ricardo Pais criou um espectáculo envolvente e imersivo, com todos os ingredientes para ser uma experiência inesquecível.
Romeo Castellucci trouxe o seu Júlio César a Portugal pela primeira vez em 1997, integrado no PoNTI. Desta obra inicial, retirou fragmentos do Acto I para reformular o espectáculo que apresentou no Mosteiro de S. Bento da Vitória, desta feita no âmbito da BoCA – Bienal of Contemporary Art. O italiano recupera a figura mítica …
Ao contrário do romantismo, onde a forma era raínha, Como Ela Morre despe-se de todos os artifícios, concentrando a atenção do espectador no texto e nas actuações do elenco.
Com base na obra literária “As Aventuras de Pinóquio” de Carlo Collodi, o encenador Bruno Bravo serve-se do texto original para o subverter das mais diversas formas.
Gorki, um dos mais eminentes escritores da sua geração, é um produto da sua época. No entanto, mais de um século depois da sua génese, o texto de “Veraneantes”, como tantas obras dos seus contemporâneos, surpreende pela sua intemporalidade e alcance assombroso do largo espectro da psique e das relações humanas.
A aventura da palavra, sempre inóspita, por mais que a julguemos domada. Fugindo à celebração reverente do poeta ungido, Dinarte Branco ousa criar visões, ampliando sentidos e alcances iniciais, aparentemente definitivos. Um espectáculo memorável.
A personagem central é o reverendo T. Lawrence Shannon (Nuno Lopes, que sozinho faz valer cada cêntimo do bilhete), “padre-despadrado-feito-guia-turístico” de senhoras evangélicas, caído em desgraça pela sua irreprimivel tendência para o sexo oposto, de preferência na adolescência e incapaz de se libertar do fardo da culpa e frustração por destruir uma carreira para que sempre achara ter vocação.
Jean Genet teve a clarividência e o dom de espelhar em toda a sua obra o homem que foi, algo particularmente penoso se atendermos à sua biografia.
Fosse serve-se da simplicidade e do minimalismo para oxigenar a representação, reservando ao público a liberdade de se encontrar ou perder, criar a sua verdade nos interstícios e na ambiguidade do texto e dos gestos, algo raro e precioso numa era em que os manuais de instruções para a vida e até para a morte se banalizaram.
Henrik Ibsen (1828-1906) escreveu Um Inimigo do Povo em 1882 mas, para quem testemunhou a representação no Rivoli, a actualidade do texto do norueguês foi certamente bem mais evidente que muita da ficção dita pós ou pós-pós moderna que se lê e vê por aí. Incómodo na sociedade do seu tempo, pela capacidade natural de …