O Samurai – Shusaku Endo (D. Quixote, 2018)

Mais do que um romance, o Samurai apareceu-nos como uma verdadeira lição de leitura. Às vezes, antes de ler, é preciso aquietar. Encontrar o nosso espaço de silêncio e fazer do livro a nossa oração.
Mais do que um romance, o Samurai apareceu-nos como uma verdadeira lição de leitura. Às vezes, antes de ler, é preciso aquietar. Encontrar o nosso espaço de silêncio e fazer do livro a nossa oração.
Diz George Santayana – numa frase simbolicamente gravada à entrada do Museu de Auschwitz-Birkenau – que aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo. Este Grandes Discursos da História, na sua singeleza e despretensão, é um elogio a estas Memórias.
Uma obra do tipo da que aqui lemos – os cem melhores poemas portugueses dos últimos cem anos – para poder trazer algo de efetivamente interessante e que satisfizesse a avidez do leitor, teria de cumprir uma destas finalidades. E é com alguma pena que dizemos que não o faz.
Fechamos os olhos. Ouvimos a música. Sonhamos. Podemos tudo. Abrimos os olhos.
E no meio da nossa impotência, ficou a centelha de termos podido tudo, enquanto a Banda passou.
Diremos que Lampedusa tem o dom de, sem excessos de linguagem e sem prolixismo, escrever pessoas, lugares com gente dentro.
Apesar de se tratar de uma obra extensa, as suas centenas de páginas não nos desmotivaram e, se não nos tornaram entusiastas de policiais, tiveram a virtualidade de nos aguçar a curiosidade, dando-nos, quiçá, uma oportunidade para maior conhecimento deste autor e deste género literário.
Sair do seu concerto é ter saudades de a ouvir no minuto seguinte, com uma certeza: Maro/Mariana Secca não é cantora. É Música.