Vemo-nos ao Nascer do Dia – Teatro da Politécnica, 8/11/2019

Vemo-nos ao Nascer do Dia é sobretudo um magnífico momento a duas personagens, duas actrizes às quais, muito merecidamente, terminamos rendidos.
Vemo-nos ao Nascer do Dia é sobretudo um magnífico momento a duas personagens, duas actrizes às quais, muito merecidamente, terminamos rendidos.
Entre cenas, sentimos o coração acelerado, a respiração alterada e somos genuinamente arrastados pela vivência do medo. Tal qual como num bom filme de terror, obrigamo-nos a relembrar a espaços de que tudo é afinal representação, que o que se apresenta à nossa frente é um palco, que são actores… e que actores!
Crítica da peça Retrato de uma Mulher árabe que olha o Mar, encenada pela Artistas Unidos e apresentada no Teatro da Politécnica a 5 de Dezembro de 2018.
A Artistas Unidos propõe-nos O Teatro da Amante Inglesa, de Marguerite Duras, uma das grandes referências da literatura francesa do século XX. Obra inacabada mas, ainda assim, tão imperfeita quanto pode ser a perfeição de Duras, na recriação de um crime real e grotesco cometido em dezembro de 1949, em Savigny-Sur-Orge, na região de Essone, …
Uma felicidade imensa, porém efémera, espera o casal, pois a tragédia abate-se sem trégua sobre o duo, afogando qualquer esperança de dias luminosos.
O cinema neste palco é cru, despido e tudo que não é estéril, mas profundo e denso, sobretudo os diálogos, é atravessado por vários buracos negros.