Mitologia Nórdica – Neil Gaiman (Presença, 2017)

O livro de Neil Gaiman é um reconto. Um reconto que se divide por várias narrativas sobre a génese, o apogeu e declínio dos deuses.
O livro de Neil Gaiman é um reconto. Um reconto que se divide por várias narrativas sobre a génese, o apogeu e declínio dos deuses.
Este livro convoca ações, discursos, corporativismos, que fariam dele um poderoso romance literário, uma crónica de costumes sobre o espírito do nosso tempo. Não é. Não há ficção, há serviço público neste livro: estatísticas, tabelas, gráficos, extensa bibliografia sobre o lóbi.
Com traduções de Paulo Quintela, João Barrento, ou Yvette Centeno, entre muitos outros (identificados junto a cada uma das traduções), é uma edição bilingue, com poemas portugueses traduzidos para alemão, e vice-versa. O volume apresenta-se cuidado na explicação da sua organização, desde aspetos de ordem ortográfica, à informação sobre fontes consultadas, à bibliografia utilizada. Um portento, portanto, tanto para leitores portugueses como alemães.
“Sabemos da insuficiência da nossa sensibilidade para tanta dor que não conhecemos porque não sabemos o que é ter de, obrigatoriamente, enfrentar um deserto, um mar, com fome, com sede, com feridas, com suspeitas de estar grávida, com buracos no corpo, com perdas durante o caminho, materiais, humanas, físicas. É uma realidade que nos está barrada. “
“O estilo de Mário de Carvalho consegue ser sumptuoso, inventivo e denso…”
“Sobre a tirania é urgente e fundamental…”
Edgar Allan Poe foi um explorador exímio de estados extremos. Quer estes se manifestassem através de uma sensualidade obsessiva e malsã (…) quer dessem a conhecer o seu fascínio perturbante pela via da loucura, ou da aterradora ameaça dela.”
Depois de lerem “Casa de férias com piscina” de Herman Koch, as vossas visitas ao médico nunca mais serão as mesmas.
” Este romance longo e poderoso, é uma demonstração plena da capacidade da ficção de explorar as obsessões históricas de um país. Ao longo deste romance, sem termos uma resolução final para o enredo, nem uma explicação cabal sobre a verdade ou falsidade das teorias de conspiração apresentadas, verificamos como a precaridade da vida familiar se constrói sobre crimes históricos passados, que se perpetuam pelo presente e pelas gerações futuras.”
Deste romance de estreia de Ottessa Moshfegh se poderia dizer que tem tudo para falhar. Tem tudo, mas não há nada nele que confirme esse vaticínio de catástrofe. Porque se salva da asfixia causada por uma primeira pessoa sufocante, um enredo concentracionário encurralado pela mágoa, castigado pelo ressentimento, consumido por uma raiva que poderia escaqueirar …