Vemo-nos ao Nascer do Dia – Teatro da Politécnica, 8/11/2019

Vemo-nos ao Nascer do Dia é sobretudo um magnífico momento a duas personagens, duas actrizes às quais, muito merecidamente, terminamos rendidos.
Vemo-nos ao Nascer do Dia é sobretudo um magnífico momento a duas personagens, duas actrizes às quais, muito merecidamente, terminamos rendidos.
Hannon está realmente no seu melhor, cercado por músicos exímios (lembrando as agradáveis harmonias um verdadeiro barbershop quartet), que servem de plataforma perfeita para a sua maravilhosa faixa lírica e vocal…
De Nápoles ninguém se pode ir embora. Pode emigrar para a Austrália, passar a ser criado de cangurus e lançar o laço, mas carrega essa origem como um emblema.
É deste misto de coloquialidade e escrita detalhada, plena de trabalho criativo, que vive este livro de estreia, anunciando uma voz literária em português que ainda nos vai trazer muita felicidade.
Carmen Santos e Luís Lima Barreto conseguem tornar credível uma conversa com fantasmas, um conjunto de cadeiras vazias onde imaginariamente dois velhos sentam os seus convidados.
Sabujo é a prova de que o teatro não se mede aos palmos e a verdade se encontra nos lugares mais insuspeitos.
Enquanto reflexão ética sobre culpa, consciência e responsabilidade, esta é uma peça que vale a pena ser vista e discutida, porque o texto é muito interessante e a encenação adequada à sua dimensão.
Camada sobre camada sobre camada, estamos lá sempre, até ao destino final. E quando lá chegamos, constatamos o óbvio do mais óbvio: Mário Coelho e quem com ele trabalha são do melhor que está a acontecer na cidade de Lisboa. Muito obrigado.
Mais um concerto para guardar no álbum de memórias, na esperança de que o regresso a Portugal não tarde, talvez a solo, com o “seu” Bach ao piano.
…o ponto mais forte deste livro é, sem dúvida, a qualidade das descrições. O ambiente é soturno, com pouca ou nenhuma cor, sombras carregadas e um sfumato constante ligando tudo.