“A Vida Sonhada das Boas Esposas” não é, de modo algum, um livro simples. Antes se mostra extraordinariamente profundo na mensagem que pretende transmitir e que encontra eco, se não no todo pelo menos em parte, no viver e no sentir de cada um de nós.
Cai a Noite em Caracas é um romance sobre árvores: a genealógica, que nos prende, em vida e na morte à nossa família, a de sangue ou a escolhida; a árvore cujas raízes nos prendem ao país onde nascemos e que por vezes exigem ser cortadas; a ameixeira de carocinho que cresce no quinta da …
A escrita de John le Carré não mudou, é fluída e competente. Se algo aconteceu ao longo dos anos é que, aos 88 anos, se sente mais livre para soltar a mordacidade e exprimir de forma clara as suas posições políticas, tornando a sua escrita mais divertida.
Um “estorvo” altamente bem conseguido que nos perturba, mas que nos deixa com vontade de iniciar ou simplesmente não cessar a viagem.
“Não teorizar é também teorizar. O Manifesto Contra-Sexual de Preciado, ancorado em textos canónicos de nomes facilmente reconhecíveis, é um texto radical e agradavelmente (im)perfeito, que pretende “evitar o fechamento do discurso académico, embora continuando a utilizar algumas das suas ferramentas críticas para compreender o que fora excluído dele…”
Istambul Istambul é uma obra de leitura obrigatória, sublime nas palavras, irrepetível no poder da mensagem.
Ainda bem que esta obra é coletiva, porque o mundo de personagens que dela resulta é um planeta inexplicavelmente interessante de liberdade.
O Teatro Aberto recebeu na sua Sala Azul a peça Doença da Juventude, de Ferdinand Brukner, na versão de Marta Dias, igualmente responsável pela dramaturgia e encenação. A peça abre com umas imagens da vida selvagem, uma corsa a ser comida por uma matilha de hienas, que nos pareceu chocante e sem grande propósito, mesmo …
Pode alguém ser livre no deserto? É este o labirinto crucial da encenação.
Até ao descer do pano, tudo se manterá suspenso do drama que o romance monta e daquele que as personagens têm de viver e representar. Orgulho e amor do outro, amor-próprio e altruísmo, afecto ou repulsa, mais não podem ser do que ângulos, facetas de um mesmo sólido: a vida. Vida que equivale ao teatro. E vice-versa.