O Senhor Ibrahim e as Flores do Corão é uma obra do escritor francês Eric-Emmanuel Schmitt que narra, de forma límpida, fluida, com um sentido de humor mordaz e leve, a transpirar frescura, a história da relação de amizade, que gradualmente se estreita, entre um menino judeu, Moisés, e um merceeiro árabe. Na Rua Bleue, …
Por vezes, o texto parece desaparecer no embate duro com o fortíssimo conteúdo pictórico das cenas. Por vezes, os atores não nos impedem de fugir do inferno… Mas, repito, quem quer habitar a dor infinita? Quem nos pode raptar o pensamento e condená-lo eternamente? E esta também é a interpelação que o espetáculo nos deixa e fica guardada, nas entranhas, até reconquistarmos a liberdade depois do “inferno”, o inferno de Dante ou o nosso…
Sozinhos, no nosso lugar, deparamo-nos com o melhor que o Teatro ainda tem para nos oferecer: a pureza da condição humana em todo o seu espectro, sem censuras ou reservas, servida de bandeja por um texto único e actuações irrepreensíveis.
Em Dia Mundial da Dança e integrado no Festival Dias da Dança, o Teatro Nacional São João volta, depois de Antes que matem os elefantes, a dar palco à actualíssima e carregada de dramatismo temática das deslocações e migrações forçadas, em Muros, de Né Barros. A coreógrafa, em cujo trabalho esta temática também não é …
Produção do Teatro Experimental do Porto (TEP), de que António Pedro foi um dos fundadores, O Grande Tratado da Encenação é a primeira peça de uma trilogia sobre a juventude e a História recente de Portugal. Depois de se focar nos anos fundadores do TEP (década de 50), passará em seguida pelos anos 70 e pela década de 90.
Significados são sobrevalorizados, uma forma de catalogar a torrente de realidade que invade o nosso quotidiano, mas aqui a explicação é irrelevante, incapaz de substituir a vivência e a presença por inteiro no momento. Tania Bruguera captou a essência destas “presenças” ficcionais e acompanhou-a da sua marca, sem se impor ou perturbar a experiência única de assistir a uma peça de Beckett por um elenco à altura do acontecimento.
Al mada nada é tudo o que promete e ainda mais.
Ricardo Pais criou um espectáculo envolvente e imersivo, com todos os ingredientes para ser uma experiência inesquecível.
Romeo Castellucci trouxe o seu Júlio César a Portugal pela primeira vez em 1997, integrado no PoNTI. Desta obra inicial, retirou fragmentos do Acto I para reformular o espectáculo que apresentou no Mosteiro de S. Bento da Vitória, desta feita no âmbito da BoCA – Bienal of Contemporary Art. O italiano recupera a figura mítica …
Ao contrário do romantismo, onde a forma era raínha, Como Ela Morre despe-se de todos os artifícios, concentrando a atenção do espectador no texto e nas actuações do elenco.
Com base na obra literária “As Aventuras de Pinóquio” de Carlo Collodi, o encenador Bruno Bravo serve-se do texto original para o subverter das mais diversas formas.