Este livro leva-nos à mais profunda reflexão sobre a discriminação de sexos. Não se deixem iludir pelo seu tamanho (94 páginas), pois é poderoso e pode ser (mais) um veículo para, um dia, daqui a duas gerações(?), chegarmos à igualdade.
Recomendo vivamente a feministas e não feministas, nem que seja pela reflexão a que nos obriga.
Leiam, mostrem aos vossos filhos e amigos, falem dele nas Escolas e vamos pensar juntos um mundo melhor.
A leitura e releitura desta novela revela até que ponto foi eloquente a carta que, em 1922, Kafka escreveu a Max Brod, em que afirmava com uma clareza fria como gelo, cortante como o fio de uma faca (Nabokov descreveu o tom da escrita de Kafka como «preciso e formal» [Aulas de Literatura]): «Toda esta escrita não é outra coisa senão a bandeira de Robinson no ponto mais alto da ilha.» (p.21) A Metamorfose ocupa um lugar só seu, um pódio indisputado. Porque a corrida foi solitária, e ninguém ganhou. Só a perda, a desolação e o desespero ficaram, ex aequo, em primeiro lugar.
Análise lúcida dos mecanismos que originam e condicionam a opressão Reflexões sobre as Causas da Liberdade e da Opressão Social é uma crítica informada das propostas teóricas, políticas e económicas que a precederam e consigo coexistiram.
Nestas Cartas e Outros Documentos 1925-1975 de Hannah Arendt e Martin Heidegger, com publicação em Portugal pela Guerra e Paz, em adaptação da tradução brasileira, supõe-se inevitável a questão sobre como foi possível a alemã de origem judaica manter contacto com o mentor e amante, mesmo após a sua entusiástica colaboração com o regime nacional-socialista.
Em O Coração das Trevas – um romance que, na sua brevidade, poderá ser tido como, porventura, um dos pontos de mais sublime concisão em toda a obra conradiana –, os mistérios da navegação fundem-se com o magno desconhecido que é Kurtz. Espécie de protagonista in absentia, centro fantasma de toda a narração.
Todo o livro vive das clássicas dores do crescimento, o universal e intemporal choque entre a realidade e as expectativas, entre os sonhos e a dureza dos dias em que nada é certo, espiritual e biograficamente.
Assim, as questões da necessidade da representação como natureza primordial do acto criativo, parecem ser o lugar de chegada ou destino de todo o edifício teórico que, neste livro-tese, Delfim Sardo nos propõe. Afinal “O que é representar?”. Parece não existir outra forma de responder a esta interrogação, sobre uma das necessidades mais viscerais da condição humana, senão pela (im)possibilidade do alcance poético…
Defesa intransigente da emancipação feminina, Uma Vindicação dos Direitos da Mulher é um longo libelo contra um estado de coisas que a mera inércia, a passagem demasiado sossegada do tempo e o medo fizeram prevalecer. Que a sua acção faça ainda sentido, eis não apenas uma nota de intemporalidade de um clássico, mas a pertinência histórica de um legado ainda por cumprir integralmente: a condição feminina.
A sua arte passa por tentar intersectar activamente ética com a estética na poesia moderna. Para Celan não pode haver poesia pura, nem poesia incondicional, e apesar de não colocar restrições à sua liberdade lírica, nunca considera que a poesia deva ser autónoma de todas as grandes questões humanas.
Dois Irmãos é uma exploração notável de um conflito pessoal, familiar, que a escrita de Hatoum torna universal e humana, mais do que individual. Centrado no universo de uma família marcada pelo desequilíbrio e o excesso, o romance ergue-se diante de um panorama complexo de amores desorbitados, avassaladores, deslocados.