“Poeta bilingue, génio de inúmeras facetas, Fernando Pessoa foi tão grandioso (ou praticamente o foi) como o poeta português que mais assombra o cânone da literatura nacional, quanto o foi ao escrever na língua de Shakespeare.”
“A linguagem mistura de forma arrojada o discurso poético com o linguajar brejeiro e actual dos jovens, a um tempo elevando o espectador aos pensamentos mais profundos sobre a razão da existência e mantendo a coerência na construção das duas personagens principais…”
“Os artistas (que “estão sempre mais unidos durante a Silly Season”), e os amantes das artes podem aproveitar este Verão para unir esforços e promoverem o facto que a única forma de o nosso teatro efectivamente fazer justiça aos seus mais de sete séculos de história é perpetuar a receita de sucesso que lhe deu origem: uma base de TALENTO e INSPIRAÇÃO, com GÉNIO, ARGÚCIA, RECONHECIMENTO em boa medida, e tudo polvilhado com CAPITAL. Tal como foi feito por esta História Ilustrada do Teatro Português.”
“George Orwell aparece-nos como uma personalidade complexa, dividido entre os preconceitos de classe em que se formou e o desejo de superar essas limitações; tenso entre o snobismo a que nem faltava o sotaque posh e a ansiedade de conhecer e integrar um mundo que lhe estava vedado: o das classes desfavorecidas.”
“Escrevendo de forma aparentemente simples, Sayaka Murata pinta-nos um quadro vivo sobre a inadaptação na contemporaneidade e as diversas imposições sociais que constrangem cada cidadão.”
É então necessário ler Confissões com ressalvas e como o produto de um tempo e contexto literário, partindo depois para representações mais honestas, menos problemáticas e mais feministas do que é ser travesti ou de se retirar prazer de, por momentos e de forma artificial, vestir a pele do nosso outro sexual.
A cumplicidade ante a adversidade, as gargalhadas partilhadas ao recuperarem cenas do jantar, despertam a esperança do espectador num futuro (presente?) em que, confrontados com as ruínas da uma ideia da civilização (…), sejamos capazes de rir da nossa triste previsibilidade e ineptidão e comecemos de novo, pelo princípio, com verdadeira “cola” que nunca falha e não tem preço: a honestidade, a empatia, a tolerância e o Amor.
“A escolha está sempre ao alcance de todos. Os monstros são, porventura, banais criaturas a quem foi dado a escolher.”
“A mulher que corre atrás do vento é uma ode ao feminino, um trilho sagaz sobre as diversidades da mulher, um relato sóbrio, sensível, perspicaz e revelador do que une os sexos e, inevitavelmente, do que os separa.”
“Incompreensível apenas como esta peça não chegou a mais palcos. A Síria continua a perder os seus anjos, apesar de as notícias os terem esquecido.”