Resta esperar que alguém com imaginação e criatividade, e com força para criar atuações verosímeis, coloque este texto em cima de um palco português com a dignidade que ele merece. Agradecemos o esforço e a vontade, mas se é para fazer assim, preferimos não ver.
Deixámos de ver a Sofia, menina e bem-disposta, para termos em pleno no jardim do CAE, Lince, mulher sedutora, envolvida e perdida na sua música, no seu mundo.
A arte de Papaioannou, a cada espetáculo, faz ecoar as palavras de Helder: “Arte medonha da paixão. / Um poro monstruoso que respira mundo”.
A imagem da Montanha Russa para definir a adolescência não podia ser mais feliz. Mesmo para os mais resistentes ao teatro musical (ainda que contaminados por alguns sucessos televisivos da década de 80, como a incontornável série Fame) a verdade é que entre a imagem, a simpatia e o reconhecimento que a Manuela Azevedo, dos …
Este livro leva-nos à mais profunda reflexão sobre a discriminação de sexos. Não se deixem iludir pelo seu tamanho (94 páginas), pois é poderoso e pode ser (mais) um veículo para, um dia, daqui a duas gerações(?), chegarmos à igualdade.
Recomendo vivamente a feministas e não feministas, nem que seja pela reflexão a que nos obriga.
Leiam, mostrem aos vossos filhos e amigos, falem dele nas Escolas e vamos pensar juntos um mundo melhor.
O Macbeth levado à cena no TNSJ é uma colaboração notável entre as palavras de Shakespeare, a tradução de Daniel Jonas e uma encenação despojada, mas que potencia elementos simbólicos e altamente actuantes…
Furtado mantém-se numa forma invejável, irrepreensível no ataque a cada letra e acorde, rejuvenescido pela companhia em palco de músicos de excepção. Um concerto a não perder, em qualquer sala deste planeta.
A leitura e releitura desta novela revela até que ponto foi eloquente a carta que, em 1922, Kafka escreveu a Max Brod, em que afirmava com uma clareza fria como gelo, cortante como o fio de uma faca (Nabokov descreveu o tom da escrita de Kafka como «preciso e formal» [Aulas de Literatura]): «Toda esta escrita não é outra coisa senão a bandeira de Robinson no ponto mais alto da ilha.» (p.21) A Metamorfose ocupa um lugar só seu, um pódio indisputado. Porque a corrida foi solitária, e ninguém ganhou. Só a perda, a desolação e o desespero ficaram, ex aequo, em primeiro lugar.
Ainda assim, vale a pena parar durante uma hora para assistir a este “Magma”, sobretudo porque, como Flávio Rodrigues nos demonstra, ninguém está disposto a pensar a sua condição de soldado na atualidade: a participação na guerra pela indiferença.
A última música é o exemplo maior do concerto: um som enorme, abrilhantado pelos falsetes de Catarina Miranda, que, unindo tradição e modernidade num equilíbrio muito interessante, expande a nossa noção de espaço.