Angel Olsen – CCVF, 13/05/2018
Os talentos vocais foram acompanhados pelas tiradas bem dispostas para descomprimir, como que a lembrar-nos que tudo aquilo não passa de Arte.
Os talentos vocais foram acompanhados pelas tiradas bem dispostas para descomprimir, como que a lembrar-nos que tudo aquilo não passa de Arte.
Os vários quadros que compõem este A meio da noite registam o processo de construção do espetáculo. O que retira cada ator da visualização de um filme de Bergman?
Entre gargalhadas fortuitas, espanto, riso e tédio, quedamo-nos algures entre a angústia dos minutos intermináveis e a busca vã de algo que redima o espetáculo e, já agora, nos resgate.
A cada momento, Lemper adicionava um novo tempero, uma inflexão nunca antes escutada, garantindo que a sua performance nunca se fica pela repetição. De sorriso ocasional, olhos rasgados, esta alemã transcende-se em placo, demonstrando o que distingue uma diva de uma mera cantora.
Timão de Atenas mantém o interesse que Nuno Cardoso tem demonstrado na última década pelo tratamento das outras crises que aquela que é económica nos chama a pensar. Para isso, remete os clássicos para o mundo em que estamos imersos, com vários objetos que materializam essa imersão enquanto adereço cénico.
“o autor não deixa de nos fazer voar sobre os telhados, um voar lúgubre, uma visitação à condição humana, aos desejos de um velho por uma rapariga jovem, à estupidez da morte, da incapacidade, da deficiência, do divórcio, do vício e da solidão, com meros vislumbres do riso e do amor que aqui, não aparece nunca como solução mas antes como aprendizagem.”
Marca de Água é a obra de um esteta, de um homem nervoso e moral, um sábio filósofo. Ao negar-se a encarnar esses papéis, Brodsky está a criar uma de muitas máscaras que a sua escrita ergue diante do leitor.
Ivone, Princesa de Borgonha é uma adaptação do texto do autor polaco Witold Gombrowicz, traduzido por Luísa Costa Gomes. Um príncipe entediado com a beleza, o galanteio e a facilidade da conquista, diverte-se com um camafeu, uma mulher aberração, que se torna um desafio. O fascínio da troça, da incapacidade de penetrar naquela mulher, que …
Ela tinha que ser mais forte, mais macho que os machos, e mais bêbada que todos os outros cantores», comenta um dos intervenientes. Numa sociedade homofóbica, misógina e patriarcal, tornou-se numa fora da lei sexual.
Naquela noite fria de Primavera, o CAE da Figueira da Foz foi pequeno para receber aquele alien de 1,93m (mas que em palco parece ter muito mais) – de passaporte britânico mas avesso a fronteiras – um “alien of extraordinary ability”, de acordo com o visto aposto no dito passaporte à entrada dos EUA. Nunca tal expressão terá sido mais bem empregue em alguém, com toda a certeza, quanto em Benjamim Clementine.