Quintas de Leitura – Teatro do Campo Alegre, 22/11/2018

As Quintas de Leitura são, hoje em dia, uma instituição e, mais do que isso, uma referência no panorama cultural do Porto…
As Quintas de Leitura são, hoje em dia, uma instituição e, mais do que isso, uma referência no panorama cultural do Porto…
O fim do fim da terra (D. Quixote, 2018) é um conjunto de ensaios escritos maioritariamente nos últimos cinco anos por Jonathan Franzen…
Poderia bastar a mágica interpretação de António Capelo e Paulo Calatré, respectivamente nos papéis de Sancho Pança e D. Quixote, para recomendarmos este espetáculo.
Integrado no festival Misty Fest 2018, Cohen trouxe consigo dois músicos inesperados, mas que fizeram toda a diferença. Elchin Shirinov no piano e Itamar Doari na percussão trouxeram um novo detalhe a todo o espectáculo.
Sobre o excelente trabalho de Simão do Vale Africano e da sua equipa (técnica e de atores) nesta «Trattoria Pirandello», deixámos aqui expressas algumas ideias, mas o que temos em mente é, mais do que tudo, acicatar o público a ir ao teatro assistir a este espetáculo e a fazer a sua avaliação do «menu» servido. Acreditamos que não volverá a casa com fome.
É fácil explicar o sucesso de Marlon: tal como o (des)amor, que precisa sempre de mais um corpo que lhe sirva de alimento, a música, as artes visuais, o cinema, a literatura e o teatro vão sempre servir-se das dores do coração para levantar um espelho em frente a um público, que, mesmo que já conheça o desfecho das histórias de amor, se apaixona, uma e outra vez. E desta vez, foi por Marlon.
Com uma intervenção bastante morna em termos de dinâmica e relevância de conteúdos, a canadiana soube ganhar o público num crescendo irresistível, pontuando a sua intervenção com comentários irónicos e cómicos que fizeram as delícias das centenas que esgotaram o Teatro Rivoli.
Esta conceptualização do corpo como um organismo construído em sociedade passível de ser alterado, reescrito e recodificado, serve como ponto central para a proposta de Preciado: vivemos, neste preciso momento, uma revolução na qual aqueles e aquelas em posições subalternas têm finalmente acesso às tecnologias de poder para responder à hegemonia heterossexual.
É inevitável que, sendo esta a última obra de Sam Shepard, escrita quando já profundamente acometido pelas debilitações da esclerose lateral amiotrófica, que causou a sua morte em 2017, se lhe atribua um carácter autobiográfico. É impossível não fazer o paralelismo e fantasiar que Shepard nos deixou um breve vislumbre dos seus últimos pensamentos, mostrando-nos os fragmentos de clarividência, confusão, das quimeras e memórias que o assolaram perto do fim.
Do São Luíz, para além de um bom espectáculo de teatro, trazemos a vontade de revisitar as palavras de mel de Mia Couto.